A garota que roubava livros

Tudo que pude fazer foi virar-me para Liesel Meminger e lhe dizer a única verdade que realmente eu sei. Eu disse à menina que roubava livros e a digo a você agora.
Os seres humanos me assombram.- Markus Zusak

Foi mais ou menos assim que eu os imaginei. Adorei
esta imagem, devo dizer.

   Eu li esse livro há alguns anos atrás e sempre quando me veem a cabeça ou escuto o nome de Liesel Meminger ainda tenho o prazer de sorrir e poder dizer que foi um dos livros que mais me marcou.
   Em algumas ocasiões, encontramos livros que nos mudam e nos fazem pensar de outra forma, está história cheia de vida contada pela Morte foi uma delas, pelo menos para mim. 
   Tive o prazer de ver o filme e abaixo verão minhas considerações finais, sobre ambos, livro e filme.


   Liesel Meminger desde o inicio do livro me cativou assim como fez com seu pai adotivo, Hans, sua mãe mandona, Rosa, o garoto com cabelo cor de limão, Rudy e o seu amigo secreto, Max.
   Toda a história parece te envolver, cada personagem parece se encaixar em um enorme contexto que era a Segunda Guerra Mundial, nunca li muitos livros sobre este tema, mesmo o achando muito interessante, mas acho que posso dizer que este descreve todo o caos, toda a tristeza da época da forma certa.


   O filme assim como o livro é fantástico, fiquei com lágrimas nos olhos tentando não deixá-las cair em ambos.      Como toda adaptação que tenta por 468 páginas em 131 minutos tem seus erros, encontrei alguns que me deixaram muito triste, como o livro que Max faz especialmente para Liesel não aparece, mas tem o qual ele entrega a mesma para a própria Liesel escrever seu livro, assim como algumas mudanças que te deixam chateado, mas em todo, o filme é cativante e fiel, acho difícil escutarem reclamações desta adaptação.
   Algo, que de inicio devo dizer é que eu adorei a forma como A Morte contou sua história no decorrer do filme, chegando em certos pontos, e dando comentários, o que se não tivesse, eu pelo menos, sentiria muita falta, pois mesmo que a história seja da jovem Liesel, ela continua sendo contada pelo fim último de todo homem.

   Da primeira vez que me deparei com Sophie Nélisse no poster do filme e logo depois estampada como nova capa, eu odiei, parecia que todo o mistério que continha as páginas do livro havia sumido e restara apenas uma garota loira com olhos perdidos, mas me impressionei quando o filme começou. A jovem Sophie é muito carismática e do inicio ao fim soube interpretar as emoções de Liesel, da paixão pelos livros até a tristeza que a rodeava. E no fim perturbador que nos encontramos, ela soube ser perfeita. Sua incredulidade estampada no rosto. Nico Liersh, Rudy, por outro lado, nesta mesma cena, deixou a desejar em minha opinião, mas acredito que foi apenas esta. De qualquer forma, ambos conseguiram tirar lágrimas do rosto.
   Geoffrey Rush, Hans, que foi magnífico no filme O Discurso do Rei (o qual teve um livro, que para quem gosta de história é muito interessante) e pelo mesmo recebeu uma indicação ao Oscar, novamente não deixou a desejar, sendo um pai amoroso e engraçado quando devia ao lado de Emily Watson, Rosa, que devo dizer tinham uma ligação muito boa em frente as câmeras. E ainda friso que Emily demonstrou claramente o que vemos no livro, uma mulher forte e mandona, mas que na verdade, apenas aparenta essas qualidades, tendo um enorme coração de mãe.
   E por último, pelo menos os personagens que eu eu gostaria de dar ênfase, vem Max interpretado por Ben Schnetzer. O mesmo junto de Sophie tinham uma grande química em frente as câmeras, o que de inicio, logo na primeira aparição seguida de ambos no quarto conversando, me fez adorar os dois juntos.
   Encontrei críticas do filme ser muito lento, talvez por não terem lido o livro. Outros também disseram que era uma péssima adaptação e imaginava diferente. Mas para mim, o filme se mostrou perfeito da sua maneira e me fez desejar ler o livro novamente, o quanto antes e devorar as palavras de Liesel.
   E outro detalhe que devo deixar estampado, é a fotografia de todo o filme, as bandeiras nazistas estendidas, a neve rodeando no inverno, as casas cinzas, o medo de uma população quieta, apenas aceitando o que eram proposto pela guerra me pegaram de jeito. 
   Voltando ao livro e ao célebre autor que é Markus Zusak.
   Quando eu li este livro, eu logo procurei por outros do mesmo autor, devido a forma que ele escrevia e encontrei "eu sou o mensageiro", mas com criticas baixíssimas como "Teve apenas um bom romance" e eu discordo, cada autor escreve do modo que quiser e tem seus altos e baixos e hoje, tendo lido estes dois livros de Markus Zusak, tive o prazer de encontrar uma bela escrita, descontraída com diversos personagens bem formados.

   Minhas conclusões finais são de como disse no inicio, poderia ser mais fiel, mas foi muito bom. Ainda lamento, acho que cinco minutos da Liezel lendo a história de Max não teriam sido problema.
   Ao fim digo, se não leu, leia antes de assistir o filme, mas assista o filme e tire suas próprias conclusões.

E o riso dela? Era algo absolutamente dominador. Ninguém tinha a menor chance diante dele. - Markus Zusak