“Por que você vai se tornar algo extraordinário. Você vai ser um ser humano,”
Rose Quartz de Steven Universe.
O mais desanimador de histórias
como Harry Potter, Percy Jackson, Instrumentos Mortais e tantas outras é que
para ser importante para o enredo, você tem que ser especial. Ou um bruxo, ou
um semi-deus ou um caçador das sombras. E isso não se aplica apenas há sagas
literárias, mas também há diversos desenhos (Quem nunca quis voar como o Goku e
ter aulas para controlar o ki com o Gohan?).
Ultimamente
a regra tem sido quebrada, não apenas essa de que se você é humano, ou você
está em perigo ou vai criar algum tipo de habilidade especial com o decorrer da
história. A inserção de casais não usuais em animações ou etnias diferentes é
bem nítido.
Há
personagens de desenhos antigos completamente humanos que vivem e lutam contra
o sobrenatural, podemos citar Billy e Mandy, ou até mesmo Coragem, o cão
covarde - sim, um cão, mas ele não tem nada de especial, além de sua risada e de sua inteligência superior a cães normais - , mas não era tão nítido como é hoje.
O
primeiro exemplo é Steven Universe. A personagem Connie (capa da matéria)
melhor amiga e interesse amoroso do Gem/humano, Steven, surgiu na série apenas
como uma humana, com medo e assustada daquele mundo que o personagem
apresentara para ela. Com o decorrer dos episódios – dando ênfase ao episódio
Lion, onde temos um dos primeiros esboços dela em ação – vemos a personagem
crescer e ver que a utilidade dela não é apenas ser um casal com o Steven, mas
mostrar que ser “apenas humano” é tão especial quando ser uma Gem.
Mas
isso não é apenas com a Connie, durante toda a primeira e segunda temporada –
que ainda está sendo lançada – de Steven Universe, a mesma deixa claro a
importância de ser humano. Até mesmo com Greg, o pai de Steven, que se viu
especial e importante em diversos momentos e como é importante o jovem Steven
ser meio humano. Chega a ser animador esse tipo de coisa, pois não é apenas uma
representação feminina em uma animação, mas também humana.
Não é
mais preciso que uma criança sonhe em ser uma Crystal Gem, ou receber uma carta
de Hogwarts, ou querer se transformar em qualquer outro ser sobrenatural para
se sentir especial. Ela pode ser apenas humana.
Não
para apenas por ai, Steven é apenas mais uma das animações que trás um “up”
para o humano. Podemos nos lembrar claramente do Finn, onde em sua intro deixa
claro “Finn, the human”. Ele é chamado de herói com a sua espada, mas antes de
tudo, ele é humano.
Outro
desenho é Gravity Falls, onde os irmãos Dipper e Mabel confrontam forças
estranhas que atuam sobre a cidade onde estão passando o verão. Além de um
diário, onde geralmente não conta muito sobre o problema, os irmãos gêmeos não
tem mais nada ao seu lado.
A lista
não para, a nova série da Disney – chegando em seu episódio 17 nos EUA -, Star
Vs. The Forces of Evil trata exatamente disso. A sua personagem principal,
Star, é uma princesa de outra dimensão que possui uma varinha mágica – muito
similar ao báculo da Sakura de Sakura Card Captors – que pode fazer tudo que
ela quiser, entre músicas de jogos antigos, ela conhece Marco, um humano que
nos primeiros minutos apenas parece ser um alguém sem graça que não tem nada a
oferecer.
No fim
do episódio piloto, ele se mostra um grande lutador de karatê, não apenas
lutando lado a lado de Star contra as forças do mal, mas protegendo ela, se
mostrando capaz de grandes feitos.
Entre
tantos rótulos e fanbases que se criam sobre semi-deuses, timelords, gems,
bruxos e tantas outras, é interessante lembrar que somos todos humanos e que
muitas vezes, ser humano é incrível.
Rick Riordan, o criador da saga Percy Jackson e os Olimpianos (não assista ao filme *INFIEL*), conta nos livros que as crianças que são semideuses tem transtornos como TDAH e dislexia, o que ele afirma - e diz que adora saber disso - faz as crianças doentes se sentirem especiais também. Não tem muito a ver com o tema, mas achei uma informação daora :v
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